Espiral, espiral.
Oito horas da manhã, o café esta sobre a mesa, o leve vapor quebra a monotonia do ar, o cheiro acorda as flores que murchavam em casa, tudo era quase cinza.
Oito e meia, o despertador tocou quase rouco, era hora do trabalho, a casa, o café, o porta retrato, tudo estava lá, tudo, menos ele.
Antes que o dia se levantasse da cama ele saiu, sem levar nada, sem lenço sem documento, alma nua, sem vontade de querer ser ele.
E então caminhou muito e ainda não se sabe o quanto e nem pra onde.
A cada esquina abandonava migalhas de si mesmo, mesmo não tendo a intenção de voltar, de seguir a mesma trilha, de viver do que passou.
A vontade de correr era cada vez maior quando pensava em papéis, contratos, tintas, documentos, transito, palavras.
E então ele correu o máximo que pode tudo o que conseguiu, ele se perdeu para poder se encontrar, e foi preciso esquecer muito para se lembrar de quem era.
Espiral, espiral.
Seus olhos eram dois labirintos, seu coração um abismo, sua vida uma esfinge.
E ele foi de tudo um pouco.
Foi tudo o que pode e tentou ser tudo o que queriam e quando já não havia empenho, se empenhava em ser apenas nada, ah isso era tão difícil.
O tempo estava fechado, seus olhos bem abertos, mas era difícil correr com lágrimas nos olhos.
Naquela manhã quando ele acordou do sonho de estar dormindo, decidiu despertar, e então se levantou, provou pra si que estava vivo que era mais que uma gravata ou um pijama, era mais que computadores e televisões, ele correu com medo de seu leito, de seu jeito, sua perfeição e seu acomodar.
Esteve preso por muito tempo, correndo desesperadamente na esteira dos seus pensamentos, preso em espirais, correndo em seus labirintos até encontrar a idéia de que o café, a foto, as flores e a casa, tudo podia esperar por ele,tudo menos ele.
Karina S. Borges
06/06/2008
Oito horas da manhã, o café esta sobre a mesa, o leve vapor quebra a monotonia do ar, o cheiro acorda as flores que murchavam em casa, tudo era quase cinza.
Oito e meia, o despertador tocou quase rouco, era hora do trabalho, a casa, o café, o porta retrato, tudo estava lá, tudo, menos ele.
Antes que o dia se levantasse da cama ele saiu, sem levar nada, sem lenço sem documento, alma nua, sem vontade de querer ser ele.
E então caminhou muito e ainda não se sabe o quanto e nem pra onde.
A cada esquina abandonava migalhas de si mesmo, mesmo não tendo a intenção de voltar, de seguir a mesma trilha, de viver do que passou.
A vontade de correr era cada vez maior quando pensava em papéis, contratos, tintas, documentos, transito, palavras.
E então ele correu o máximo que pode tudo o que conseguiu, ele se perdeu para poder se encontrar, e foi preciso esquecer muito para se lembrar de quem era.
Espiral, espiral.
Seus olhos eram dois labirintos, seu coração um abismo, sua vida uma esfinge.
E ele foi de tudo um pouco.
Foi tudo o que pode e tentou ser tudo o que queriam e quando já não havia empenho, se empenhava em ser apenas nada, ah isso era tão difícil.
O tempo estava fechado, seus olhos bem abertos, mas era difícil correr com lágrimas nos olhos.
Naquela manhã quando ele acordou do sonho de estar dormindo, decidiu despertar, e então se levantou, provou pra si que estava vivo que era mais que uma gravata ou um pijama, era mais que computadores e televisões, ele correu com medo de seu leito, de seu jeito, sua perfeição e seu acomodar.
Esteve preso por muito tempo, correndo desesperadamente na esteira dos seus pensamentos, preso em espirais, correndo em seus labirintos até encontrar a idéia de que o café, a foto, as flores e a casa, tudo podia esperar por ele,tudo menos ele.
Karina S. Borges
06/06/2008
8 comentários:
Poema bem particular hum?
Acho que vc ta falando de si mesma nos tempos daquela empresa enfadonha ou eu entendi muito mal.
Poema legalzinho, bom de se ler.
So achei estranho a parte do "estar acordando do sonho de estar dormindo e entao resolver despertar do não sei o que"
Não sei, toda vez que vc decide fazer essas mataforas complicadas eu acho que a frase fica perdida...
Mas é isso ai, pro alto e avante.
Você chega longe.
Nossaaaa!
Escreves muito bem!
Muito obrigado pelos elogios e apoio que deixastes em meu Blog. Gostei muito do conteúdo do seu e salvarei o link aqui no meu para mais vezes contemplar.
Grande abraço e não pare de escrever
¶ ;^]
Q texto lindooooooo...
Me identifiquei muito principalmente com o trecho:
"A cada esquina abandonava migalhas de si mesmo"
Tenho feito muito isso ultimamente...
parabéns escreves maravilhosamente!
bjos
http://queiroz19.blogspot.com/
Nossaa, adorei o texto!
Muito bonito o final, "Tudo podia esperar por ele, tudo, menos ele"
Parabéns! ^^
;**
belo texto mesmo!
de uma forma simple, foi muito profunda!
parabéns!!!
www.tirashd.blogspot.com
www.1irmao.blogspot.com
perfeito filha!
muito baum!
bjão
obrigado
E rotina rotineira, é desta maneira que vejo que ao mesmo tempo que se há um tom de despedida, se inicia uma nova caminhada, resumindo um ciclo vicioso, talvez?).
Parabens Menina!!!
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