Sobre a vida, um céu pesado, sobre a mesa um café, sobremesa amarga, sobre a mesa do tempo enjaulado, sob a chave que não abre, bem onde ninguém mora,na voz que ninguém ouve, no sorriso tremulo que não fala. E a cor amarela é parda, e o dente branco, amarelo, e a vergonha faz o sorriso cada vez mais raro, e o dinheiro faz o custo cada vez mais caro, faz os valores cada vez mais baixos.
E na guerra: um ganso no lago. E na vitrine: um olho molhado, e por traz dela um cheque dourado. E nas ruas: um vento gelado, sob o mármore: um mendigo deitado. E no hotel um rico mimado embalado pelas penas do ganso do lago, pelo amor cantado, seduzido pelo ar condicionado.
Este tempo precisa de alavanca: um macaco não levanta um guindaste não move.
Este tempo precisa da manivela, eu olhei pela janela, e por aqui o tempo não passou.
Mas me disseram que o tempo voou, olhei pro calendário e não vi asas, vi as brasas que flamejavam, e já não era vermelha, desencadeei cadeias e emaranhei o mar, eu fiz de tudo pra passar, tudo aquilo que não passou.
Passeou por tudo isso: entre as pontes e os meios termos, Decidiu parar no meio, acender seu cigarro e viver o talvez e a musica repetia sempre o mesmo refrão,onde a pressa dizia não,onde a calma corria dilacerada.Onde a ânsia vomitava ansiedade,onde a angustia anseava uma verdade, onde o refrão sempre repetia: Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac.
Karina S. Borges
E na guerra: um ganso no lago. E na vitrine: um olho molhado, e por traz dela um cheque dourado. E nas ruas: um vento gelado, sob o mármore: um mendigo deitado. E no hotel um rico mimado embalado pelas penas do ganso do lago, pelo amor cantado, seduzido pelo ar condicionado.
Este tempo precisa de alavanca: um macaco não levanta um guindaste não move.
Este tempo precisa da manivela, eu olhei pela janela, e por aqui o tempo não passou.
Mas me disseram que o tempo voou, olhei pro calendário e não vi asas, vi as brasas que flamejavam, e já não era vermelha, desencadeei cadeias e emaranhei o mar, eu fiz de tudo pra passar, tudo aquilo que não passou.
Passeou por tudo isso: entre as pontes e os meios termos, Decidiu parar no meio, acender seu cigarro e viver o talvez e a musica repetia sempre o mesmo refrão,onde a pressa dizia não,onde a calma corria dilacerada.Onde a ânsia vomitava ansiedade,onde a angustia anseava uma verdade, onde o refrão sempre repetia: Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac.
Karina S. Borges