segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A prece.


Diálogos imperfuráveis, inanimados e imprevisíveis. Palavras sopradas pelo acaso, aquelas que soam como um sino ao pensamento, palavras ósseas e ociosas.
Pequeninas flamejantes, extensas e tediosas, palavras que batem e rebentão no peito, palavras que se perdem e se escondem nas esquinas e estradas das veias.
Diálogos distantes entre o destino e eu.Desatinos distintos e desvairados entre aquilo, aquele,algo e alguém.
E quem se importa?É baby, quem se importa?
Palavras são vícios que passam despercebidos, desinibidos e na maioria das vezes vazias como um vaso com flores de plástico.
Saltos com um guarda chuvas aberto no universo, assaltos à gravidade, gravidez de um estomago onde nove meses são impossíveis de se digerir.
Abra uma porta sem fechadura e sem chaves e nos diga como.
Vivemos sob estrelas e sobre um solo onde somente os distraídos não se interessam, onde somente os distante não se intimidam, somente os de sorte não se desesperam. A tristeza se encena, se ensaia, a felicidade não pode ser clonada.
São palavras sem sentido que eu quero que veja, não precisa escutar, afinal após o barulho da chuva sempre vem o silencio do sol ou a melodia da lua, todo mundo sempre dorme e acorda pensando algo que nem sempre diz, mágoas afogadas em um chafariz,perdido em qualquer canto da cidade onde em um dia de sol alguém distraído passa com capa de chuva amarela, joga uma moeda e logo pensa que um sorriso sobre o silencio é sempre possível,e esta é a única prece.

Karina S. Borges