tag:blogger.com,1999:blog-17680964752665492912024-03-14T02:26:33.270-03:00O livro dos dias"Este é o livro das flores
Este é o livro do destino,
Este é o livro de nossos dias,
Este é o dia de nossos amores..."
(Legião Urbana,O livro dos dias)Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-49591348668128858912010-03-05T15:08:00.004-03:002010-03-05T15:27:55.341-03:00Desencontros.<a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/S5FJSfb-uQI/AAAAAAAAAzo/FC19gqVGLOc/s1600-h/desistir.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 237px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5445214006492969218" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/S5FJSfb-uQI/AAAAAAAAAzo/FC19gqVGLOc/s320/desistir.jpg" /></a> Da lágrima ao dilúvio, torres, torrentes, inundações e enchentes, enxurradas de emoçoes, tempestades de ilusões e tudo mais que rimar com o que persiste sem existir, tudo o que muda sem nunca ter sido, tudo o que chega sem ter partido e tudo o que parte sem se despedir.<br /> E o que era só um curativo torna-se cirurgia eminente, vira plástica, lavagem, libertação, demolição superegóica, metamorfose utópica, simbólica, necessária para a edificação.<br /> Esfria o café, o café a esfria, acende o cigarro e o cigarro a apaga, afaga-lhe os cabelos e aos poucos afoga-se, emerge inconscientemente em altas concentrações alcoólicas, em alucinações temporárias que remetem a ressaca e fazem um adendo a um ciclo peremptório e nocivo, a transportam a sua porta e a reduzem a um carpete de seu apartamento, apartando-lhe a dor e deflorando sentimentos ausentes, efervescentes e inconstantes.<br /> Por um momento achou a vida breve, tão breve quanto um incidente textual, e na longitude da dor, deparou-se com o equivoco, na incoerência do amor, desviou-se do desejo, e no crivo dos dias, o lampejo de uma ideia delirante, por apenas um instante desarmou-se da armadura, despiu-se de toda candura e perdeu-se de si mesma.<br /><br />Karina S. BorgesKarinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-49611573872242898472009-12-06T21:47:00.001-03:002009-12-06T21:54:03.002-03:00Despertadores e Torturas.<a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/SxxSDL-wmEI/AAAAAAAAAzc/kR0yj4UIdmI/s1600-h/rotina.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5412291066901600322" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 292px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/SxxSDL-wmEI/AAAAAAAAAzc/kR0yj4UIdmI/s320/rotina.jpg" border="0" /></a><br /><div>É madrugada e o despertador proclama sem perdão o bárbaro momento em que somos exportados dos sonhos para a realidade, já não há mais tempo para sonhos, pois o percurso do para onde ou do porque nos aguarda sem cerimônias, salas ou quartos.<br />Repentinamente mudanças, submissões, declínios, impotências, imunidades, descontentamentos, disputas, desejos, impossibilidades, expectativas, cobranças, perdas, fugas, amores, desamores, livros, macacos, carros, chocolate, sexo, dinheiro, adaptação, evolução, um determinado valor no final do mês, pipoca, casamento, família, filhos e morte nos cercam e nos seguem como sombras, nos motivam de forma sádica a prosseguir, a abandonar em nossos leitos nossos sonhos sem face e sem alicerce.<br />Em batalha diária tornamo-nos nossos próprios heróis e inimigos,juízes e platéias de nós mesmos, e se por um lado nos enfeitamos e nos exibimos com diversas cicatrizes e hematomas, por outro nos escondemos por trás de curativos e amuletos, por trás de disfarces ou fantasias propicias ao próprio auto-engano, trampolins para os novos e mesmos ciclos renovados pelas areias movediças dos sonhos e ressurgidos pelas fatalidades, necessidades e banalidades cotidianas, memoradas pontualmente pelo canto atordoante de diversos despertadores com a mesma finalidade e sentido: proporcionar o dessentido.</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-55683084782167225932009-10-04T19:06:00.002-03:002009-10-04T19:09:20.361-03:00Recalque de Palavras<a href="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/Sskcq6RalVI/AAAAAAAAAzU/EAx99YIp1a8/s1600-h/palavras.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5388869952647894354" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 316px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/Sskcq6RalVI/AAAAAAAAAzU/EAx99YIp1a8/s320/palavras.jpg" border="0" /></a><br /><div>Entre Livros e loucos<br />O poema da loucura é um doce sussurro impresso<br />Uma sublime expressão de prazer<br />Delírios e deleites simbióticos<br />Na mais tênue caligrafia.<br /><br />E a melodia obsessiva das palavras<br />Inunda os corações inconstantes<br />Naufraga as emoções desgovernadas<br />Sucumbe meio a lagrimas desamparadas<br />Recalcadas por seus próprios autores.<br /><br />Entre os mortos e os feridos toda a origem patológica é um portal<br />Um labirinto, um sucinto e discreto manual de escárnios e glorias,<br />Amnésias e memórias do incontestável ser ou não ser cotidiano.<br /><br />De repente faz-se a luz e a escuridão<br />Faz-se amor e solidão,<br />Faz do medo a necessidade.<br /><br />De repente o único é dualidade<br />E o todo vira mono, poli, vira parte, micro, macro, claro, opaco.<br />Faz-se então o mosaico, o prosaico, o provérbio e a província.<br /><br />Karina S. Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-61256040410211634952009-06-28T18:59:00.001-03:002009-06-28T19:14:08.778-03:00Entre a dor e a dose.<a href="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/Skfq_590EoI/AAAAAAAAAys/7FLWria4Rps/s1600-h/All_Night_Jazz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352505065765868162" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 246px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/Skfq_590EoI/AAAAAAAAAys/7FLWria4Rps/s320/All_Night_Jazz.jpg" border="0" /></a><br /><div><br /><br />Mais um blues, um conhaque, a noite acaba e, no entanto, nada chega ao fim.<br />Basta! A boemia me basta, as canções, os drinques, as ruas lotadas repletas de luzes vermelhas e verdes, bastam os batons vermelhos, as velhas canções e casacos, bastam os velhos amores esquecidos, as mentiras outrora usadas, as mascaras perdidas, os destinos ao leu.<br />Mais um blues, mais uma dose garçom, por favor, ficarei por aqui esperando a próxima noite, a próxima vitima, e a próxima dor, o desejo de ser possuída por esta amnésia avassaladora é cada vez mais constante e assustador.<br />Também quero uma vodca para anestesiar esta mente e este corpo que teima o velho dualismo psicofísico e persiste neste elo infindável. Outra dose pois quero esquecer esta loucura de esquecer, quero apagar todos os vestígios de amnésia, quero esquecer as historias guardadas, perdidas e ansiosas a serem contadas.<br />Basta! Bastam os olhares, as memórias, estas poltronas vermelhas aveludadas, estes livros lidos, esta meia luz e estes lábios que desejam sempre encontrar os meus, bastam os bandeides usados, os machucados incicatrizáveis, as ligações, emails e todo rastreamento de palavras e emoções.<br />Já não me lembro e ainda quero esquecer a idéia de coração como centro de toda vontade humana, das emoções e do intelecto, o coração é como dever ser, é um órgão muscular oco que bombeia o sangue e o espalha pelo corpo, que neste momento transporta a cento e cinqüenta quilômetros por hora todo o álcool e que torna ainda mais confuso este encéfalo habitado por mnêmicas ilusões, e alucinações do álcool e da vida dentro e fora do comum.<br />A ultima dose, o ultimo blues e agora basta, talvez não seja a ultima vez mas pelo menos por enquanto a noite me basta, basta a sensação de calor e rubor facial, esta euforia, este humor instável, esta ausência de espelhos e reflexos, estes lapsos de memória, este coma consciente e esta constante tentativa de apagar a dor que não se apaga, de afogar algo incorpóreo em um copo alcoólico num bar e numa canção qualquer.<br /><br /><br />Karina S. Borges.</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-60886448871679844682008-06-21T01:37:00.003-03:002008-06-21T01:43:16.266-03:00A Dança.<a href="http://www.viningsgallery.com/_images/featured-artists/fabian-perez/lg/tablado-flamenco.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.viningsgallery.com/_images/featured-artists/fabian-perez/lg/tablado-flamenco.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Movimento.<br />Uma dança muda e exclamativa.<br />O suor, o sangue, as veias que correm contra o tempo, o vento que luta com a maré o bailarino que não sabe quem de fato é, a musica que não sabe bailar.<br />E tudo dança em suas respectivas coreografias, cada passo sua magia, cada erro sua condenação.<br />Mãos atadas ao descaso, olhos fechados ao momento, braços erguidos ao acaso,dance mesmo que o corpo já não se mexa, mova-se mesmo que imóvel, afinal dançar é a arte de expressar o que facilmente não se expressa è a arte de curar feridas, de pagar penitencia, de libertar-se de si e dos outros.<br />A dança é a frase da alma muda, é a peça da encenada, surda é um instante qualquer talvez.<br />E quando o corpo dança, a idéia balança, o olhar se move, o corpo dança com a alma que desliza e a dança transpira o acaso. Dançamos o que vivemos e o que não vivemos, dançamos para expressar, exprimir e inspirar tudo aquilo que foi, é e virá.<br />Enquanto dança o corpo escreve essas palavras nunca ditas.<br />Dançamos sonhos, fantasias, devaneios em cada passo,transformamos o movimento em historia, transformam a historia em coreografias.<br />E então ofegantes respiramos mais uma pagina em nossas memórias, mais um momento embalado pelo som que dança e vibra em cada passo contido dentro de nós.<br /><br />Karina S. Borges<br />21/06/2008</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-21449019973551304232008-06-06T00:58:00.000-03:002008-06-06T00:59:41.053-03:00O Espiral.<a href="http://deusadeus.blogs.sapo.pt/arquivo/forestbed1.JPG"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://deusadeus.blogs.sapo.pt/arquivo/forestbed1.JPG" border="0" /></a><br /><div>Espiral, espiral.<br />Oito horas da manhã, o café esta sobre a mesa, o leve vapor quebra a monotonia do ar, o cheiro acorda as flores que murchavam em casa, tudo era quase cinza.<br />Oito e meia, o despertador tocou quase rouco, era hora do trabalho, a casa, o café, o porta retrato, tudo estava lá, tudo, menos ele.<br />Antes que o dia se levantasse da cama ele saiu, sem levar nada, sem lenço sem documento, alma nua, sem vontade de querer ser ele.<br />E então caminhou muito e ainda não se sabe o quanto e nem pra onde.<br />A cada esquina abandonava migalhas de si mesmo, mesmo não tendo a intenção de voltar, de seguir a mesma trilha, de viver do que passou.<br />A vontade de correr era cada vez maior quando pensava em papéis, contratos, tintas, documentos, transito, palavras.<br />E então ele correu o máximo que pode tudo o que conseguiu, ele se perdeu para poder se encontrar, e foi preciso esquecer muito para se lembrar de quem era.<br />Espiral, espiral.<br />Seus olhos eram dois labirintos, seu coração um abismo, sua vida uma esfinge.<br />E ele foi de tudo um pouco.<br />Foi tudo o que pode e tentou ser tudo o que queriam e quando já não havia empenho, se empenhava em ser apenas nada, ah isso era tão difícil.<br />O tempo estava fechado, seus olhos bem abertos, mas era difícil correr com lágrimas nos olhos.<br />Naquela manhã quando ele acordou do sonho de estar dormindo, decidiu despertar, e então se levantou, provou pra si que estava vivo que era mais que uma gravata ou um pijama, era mais que computadores e televisões, ele correu com medo de seu leito, de seu jeito, sua perfeição e seu acomodar.<br />Esteve preso por muito tempo, correndo desesperadamente na esteira dos seus pensamentos, preso em espirais, correndo em seus labirintos até encontrar a idéia de que o café, a foto, as flores e a casa, tudo podia esperar por ele,tudo menos ele.<br /><br />Karina S. Borges<br />06/06/2008</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-1427236165955618832008-06-02T00:32:00.000-03:002008-06-02T00:35:00.292-03:00Sonhos de boneca.<a href="http://blogdebrinquedo.com.br/wp-content/uploads/2007/10/haunted_dollhouse.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://blogdebrinquedo.com.br/wp-content/uploads/2007/10/haunted_dollhouse.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br />Ela ganhou a boneca.<br />E a boneca olhou pra ela<br />O plástico confundiu a visão<br />Impediu de cativa-lá, comove - lá.<br /><br />Sou boneca sem casa<br />Com tanta casa vazia por ai<br />Tantas crianças para brincar.<br />Tantos brinquedos pra uma criança só.<br /><br />Seria o egoísmo algo hereditário<br />Ou será que faz parte da brincadeira?<br /><br />Minha casa esta lá embaixo<br />E eu aqui na prateleira<br />Minhas ruínas tão ruins<br />Quanto os que aqui me isolam.<br /><br />Ah mais e daí?<br /><br />Uma boneca não é de verdade<br />E ela já tem tantas outras.<br />Que talvez seja mesmo verdade<br />Talvez nada seja insubstituível.<br />Talvez pouco seja o combustível<br />Para esta locomotiva que não se comove.<br /><br />E acima da casinha cor de rosa<br />A prateleira continua vazia<br />E já não há vagas<br />Milhões de bonecas em suas embalagens lacradas<br />Várias bonecas com estórias a serem narradas<br />Coleções de historias esperando para serem interpretadas<br /><br />A criação perfeita e personalizada<br />A divina criação emborrachada<br />Em vários tamanhos e cores<br />Esquecida em estantes, armários.<br />Ausente de dores e amores<br />Sonhos plásticos em mostruários.<br /><br />E assim permanece na caixa.<br />Onde a infância passa e o tempo não passa.<br />Onde a imortalidade é um ócio que dói.<br /><br />Na loja, uma possibilidade.<br />Nas ruas a vontade.<br />Em casa o desperdício<br /><br />Em casa, a esperança de “viver”.<br />Como gente grande, com gente “pequena”.<br />Ou quem sabe apenas ser por um momento<br />Guiada pelas mãos de uma fada verdadeira.<br />Sendo ela mesma algo diferente do que é<br /><br />Karina S. Borges<br />02/06/2008<br /><div></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-15232269482363731562008-05-18T16:02:00.000-03:002008-05-18T16:04:10.940-03:00O conto<a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/SDB9Zd3X2PI/AAAAAAAAAnE/8XUuGLEZwZY/s1600-h/birdwatcher_orig.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5201795446080002290" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/SDB9Zd3X2PI/AAAAAAAAAnE/8XUuGLEZwZY/s320/birdwatcher_orig.jpg" border="0" /></a><br /><div>Caminhou por algumas horas, e então sentou a beira da praia, de repente as ondas a levaram a tocaram, e pode senti-las, pode sentir seus pés no chão, pode ao poucos inundar-se na imensidão do mar.<br />A maresia a deixou tonta, e no mar o seu oásis, e na areia os seus castelos mal assombrados.<br />No frio, na chuva, na praia sua solidão, sua doce solidão que tanto lhe assombra, e tanto lhe agrada, e então na areia continua a olhar para seus castelos de sonhos, seus castelos sem alicerces, suas memórias sem raízes.<br />Já não tem medo dos raios que tornam o horizonte púrpuro, já não a assombra a ausência de pessoas na imensidão deste lugar, já não faz falta as crianças para brincar, já não a espanta que todos tenham a deixado partir, e que todos tenham a deixado de lado e que ao seu lado não há nada e que nada há ao seu lado.<br />Entra no mar.<br />Já não há nada a perder.<br />O oceano é sempre o mesmo, e sempre nos surpreende, nos repreende,assim como as pessoas, nos agrada e nos machuca nos consome e nos farta.<br />Ela nada sabe, nadar ela não sabe, a leve consigo,adote-a, a esconda em seu abrigo, e em seu nome falará, e por ti viverá, e hei de proteger cada gota, cada grama, cada olhar.<br />Ela é tão pequenina, ela já viveu tanto, ela nunca viu nada, ela sempre vê o nada.<br />Seu baldinho vazio, suas pás perdidas, sua paz enterrada por ai, seus pássaros passam por aqui e enfeitam a praia suja,e decoram sua praia linda, seu horizonte tão cinza, castanho, branco, roxo, azul e verde.<br />Gira o vento o cata-vento, o vento gira o cata-vento, cata vento o cata-vento, conta o vento o cata-vento, canta o vento o cata-vento, um não vive sem o outro, o outro não vive sem o um.<br />E quando é noite e o mar se torna espelho, olhar pra si mesma é a parte que mais lhe agrada, afinal de contas ela não sabe somar, e já não acredita em contos de fadas, não acredita e nem espera nada além dela e dor mar.<br /><br />Karina S. Borges<br />18/05/2008.</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-9721921510032658222008-03-28T22:59:00.003-03:002008-03-28T23:13:20.536-03:00Entre Homens e Guarda Chuvas.<a href="http://wvs.topleftpixel.com/photos/umbrella-man_rain_sherbourne_night.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://wvs.topleftpixel.com/photos/umbrella-man_rain_sherbourne_night.jpg" border="0" /></a><br /><div>E mais um dia de chuva na cidade, e a chuva demora a passar, mas o tempo existe dentro e nós, e quem somos nós?Quem é a cidade?Pra que serve a chuva?<br />Para uma formiga uma lagrima é chuva, Pro homem, a chuva deixa de ser benção e torna-se desespero, ausência de possibilidades, e ás vezes a desculpa perfeita.<br />Ousam e abusam da moda, aqueles que saem com seus guarda chuvas cinzentos ou coloridos, que usam botas e tecidos impermeáveis, que tornam todo o toque e contato artificial, ousam mesmo os que camuflam e sintetizam a natureza.<br />Coragem tem aqueles que sabem, querem e podem se molhar, os que encaram a gripe e os olhares como palmas e platéia.<br />Espertos mesmo são os que desfrutam dos dias de sol os que queimam a pele e se expõe em dias frios como quem possui um compacto verão particular instantâneo.<br />Sábios somente são os que carregam o sol consigo em tempo integral,os que conhecem a intensidade de tudo,os que extrapolam limites e não esquecem a integridade nos bolsos.<br />Ah que saudade da balança, do balanço do vento, dos cabelos, do mar!<br />Ah quanto tempo faz que já não existo, que persisto aqui debaixo destas tempestades velhas e empoeiradas,dos papéis, dos contratos e filas,infinitas filas de esquecimento.<br />Esqueci,e o que eu ia falar já não existe,paira por ai em um outro pensamento, um pensamento de outro que é meu, e eu não tenho o direito de tê-lo.<br />E o mundo é de todos, e não cabe ninguém, ninguém tem nada. Todo mundo se aperta em um trem, tropeça na escada, a fome é tamanha, quase proporcional a fartura do campo, há por ai tanta água, tantos copos vazios nos armários, tantos sucos, tantas mortes nas esquinas, tanto tempo, e pouquíssimos rolex por ai.<br />Chove, e a chuva é forte, passa na televisão, chove ainda mais na televisão, e a mentira, o milagre da multiplicação na mídia inunda a cidade,perturba o sono de quem lê,ameaça o sonho de quem corre de encontro à chuva.<br />E ainda chove lá fora, e esta chuva é diferente sobre cada cabeça, e vista de cima a chuva é tão igual, tão semelhante entre pequenos e grande grupos, pequenos e grandes absurdos que chovem sobre os guarda chuvas simples e enfeitiçados perdidos por ai.</div><div>E entre Homens e Guarda Chuvas sempre existe um conto, que não conta o ponto, que perde o sentido do texto, que fere o fio da meada,quem cai em uma emboscada e se envolve em mil esfinges.Guardas chuvas são mascaras,os homens são soldados medrosos e ociosos,que anseiam o final da chuva e temem o dilúvio póstumo.<br /><br />Karina S. Borges<br />28/03/2008</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-29678119675113941342008-03-15T16:22:00.002-03:002008-03-15T16:25:11.735-03:00Balões e Palavras.<a href="http://sp1.fotologs.net/photo/49/22/94/pink_mari/1182984808_f.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://sp1.fotologs.net/photo/49/22/94/pink_mari/1182984808_f.jpg" border="0" /></a><br /><div>Medo todos sentem, ele sente medo, e de repente se oculta atrás de suas próprias lagrimas, se afoga, se emerge, se substitui.<br />Lá no fundo todos têm medo, todos sofrem e ninguém tem coragem suficiente de transparecer o que de fato é, mas enfim, fortes mesmo são aqueles que sabem chorar.<br />Sorrir é fácil quando não se tem vontade, difícil mesmo é esvaziar o rio,e seguir sua própria correnteza sem a ajuda de ninguém.<br />Difícil mesmo é aceitar o obvio, fantasias são mais bonitas e coloridas do que as roupas de todos os dias que nunca surpreendem ninguém.<br />Receios de espelhos, de faces e distorções, receio de situações, terror de seguir em frente, de ser como a gente, de encontrar o que não se espera na próxima esquina.<br />Só se tem medo do que se conhece só se lembra do que se quer esquecer, só se perde aquilo que se quer ter.<br />Qual é a face?Qual a frase?Qual o perfume e qual é a cor?<br />Nunca se sabe as perguntas, e mesmo assim sabemos que em algum lugar existem as respostas, as propostas em que nunca pensamos a flexibilidade que ninguém nunca soube existir, as malas que não temos, mas que sempre estão lá no momento de partir, as primeiras a chegar, as primeiras a ir embora.<br />A chuva transforma as esculturas, o vento modifica as dunas, as pessoas modificam o mundo, o medo, a perda e a dor modificam as pessoas.<br />“Parabéns” é o que eles querem escutar, “Eu te amo” é o que eles precisam ouvir e de vez em quando um abraço, de vez em quando um sorriso, de vez em sempre a solidão, de vez em nunca a escuridão, de vez em sempre os balões coloridos, de vez em nunca sua explosão.<br />Eles sempre dizem “adeus”, e sempre se engasgam, se esquecem e arrependem-se de não ter dito “Volte sempre”.<br /><br />Karina S. Borges</div><div>15/03/2008</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-74625193112989447732008-02-20T19:05:00.000-03:002008-02-20T19:13:26.874-03:00S.O.S<a href="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/R7ykgzzHdfI/AAAAAAAAAm8/xhiw7h4Pkoo/s1600-h/luciddream%255B1%255D.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5169187355881862642" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/R7ykgzzHdfI/AAAAAAAAAm8/xhiw7h4Pkoo/s320/luciddream%255B1%255D.jpg" border="0" /></a><br /><div>Nada vê.<br />Nada quer ver.<br />E assim segue, persegue, se perde dentro do nada, dentro da sala, só dentro do solo.<br />Madrugada: a noite alada que passeia pelos olhos quase fechados, desencontrados, despercebidos aos espelhos do céu, olhares ao léu, náufragos de um refugio qualquer.<br />Ah e o que vier que venha que fique que fuja e traga abrigo, que me faça companhia e me traga um perigo para que eu possa assim me emocionar, me encontrar e quem sabe até pensar em começar a viver, em ser o que de fato sou e não percebo.<br />Um cartucho de balas doces, carameladas, frias como o aço, como pétalas de rosa úmidas de orvalho, vermelhas como amor que também perde a cor, o cheiro e aos poucos até do nada se apaga, como a bala que também fere o peito e a garganta, que derrama sangue, que derrama lagrima, que apaga a palavra, que a página rasga.<br />Não veja, de fato não há nada, Há a cruz e a espada, há o algo e o alguém. E por quê? Por quem? Pra que sacrificar aquilo que não se vê não se toca?Como um baú de pesadelos que se carrega, e se gasta vagarosamente, que perturba o sono, a noite e o dia, um duelo em nossas lembranças vazias, um refugio de cores onde o cego ainda vê.<br />A cada dia uma nova questão, um novo interrogatório, um novo passo, uma nova historia para não ser contada, uma palavra pra não dita, uma esperança desacreditada.<br />E assim o cego caminha na estrada fria de ferro, nos trilhos rumo ao destino, na linha do trem da vida, ele machuca os pés, reabre feridas, ele caminha porque lugares são todos iguais e qualquer lugar serve, pra ele todos os dias são deja vu, ele sente o vento, ouve o canto desesperador do trem que se aproxima o cego se anima, pois no fim, há a esperança de ver a luz no fim do túnel, uma cor além das que o pesadelo tem. E do fim em diante é tudo um começo, um crédito que o cego desacredita, mas como em toda a sua vida também finge que não vê.<br />Karina S. Borges</div><div>20/02/2008</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-76070627811202860872008-01-07T22:02:00.000-03:002008-01-07T22:21:30.151-03:00A prece.<a href="http://www.uesb.br/ascom/noticias/imagens/Crianças%20brincando.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.uesb.br/ascom/noticias/imagens/Crianças%20brincando.jpg" border="0" /></a><br /><div>Diálogos imperfuráveis, inanimados e imprevisíveis. Palavras sopradas pelo acaso, aquelas que soam como um sino ao pensamento, palavras ósseas e ociosas.<br />Pequeninas flamejantes, extensas e tediosas, palavras que batem e rebentão no peito, palavras que se perdem e se escondem nas esquinas e estradas das veias.<br />Diálogos distantes entre o destino e eu.Desatinos distintos e desvairados entre aquilo, aquele,algo e alguém.<br />E quem se importa?É baby, quem se importa?<br />Palavras são vícios que passam despercebidos, desinibidos e na maioria das vezes vazias como um vaso com flores de plástico.<br />Saltos com um guarda chuvas aberto no universo, assaltos à gravidade, gravidez de um estomago onde nove meses são impossíveis de se digerir.<br />Abra uma porta sem fechadura e sem chaves e nos diga como.<br />Vivemos sob estrelas e sobre um solo onde somente os distraídos não se interessam, onde somente os distante não se intimidam, somente os de sorte não se desesperam. A tristeza se encena, se ensaia, a felicidade não pode ser clonada.<br />São palavras sem sentido que eu quero que veja, não precisa escutar, afinal após o barulho da chuva sempre vem o silencio do sol ou a melodia da lua, todo mundo sempre dorme e acorda pensando algo que nem sempre diz, mágoas afogadas em um chafariz,perdido em qualquer canto da cidade onde em um dia de sol alguém distraído passa com capa de chuva amarela, joga uma moeda e logo pensa que um sorriso sobre o silencio é sempre possível,e esta é a única prece.<br /><br />Karina S. Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-14653580176861901622007-11-27T21:02:00.000-03:002007-11-27T21:36:21.935-03:00Embaralhos da Esquina<a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/R0y33d8DEDI/AAAAAAAAAmY/23a_73ot_54/s1600-h/vazio2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5137683438480068658" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/R0y33d8DEDI/AAAAAAAAAmY/23a_73ot_54/s320/vazio2.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br />O barulho do baralho se perde se perde em emboscadas, se embaralha em escadas de degraus de declínio, uma realidade inventada, um distintivo de um medo qualquer.<br />Grãos de Areia sobre o sapato, um sapato só sobre o solo.<br />Os pés racham com o asfalto quente, tanto quanto a cabeça da gente, rodopiando na roda gigante de qualquer tempo tranqüilizante, anestésico, alucinógeno, um tempo preso nos braços de um relógio, nas asas de um pensamento, algemado na cabeceira de uma maca de passeio.<br />Uma dor de dente muda surpreende a todo instante, a flor da pele um hidrante que alaga os olhos rasos como um momento infindável. E eis que do nada surge a cor, o ardor, um revolver.<br />E der repente tudo se envolve na dança, em coma, na balança empurrada pelo acaso...<br />A flor morreu num vaso, antes fosse num jardim.<br />Existe um conto pra cada fada, uma fada para cada criança, um sorriso pra cada esperança, mil braços para cada abraço, uma palavra para cada destruição em massa.<br />È possível os ponteiros fazerem curvas nas esquinas, nos paises dos relógios quadrados?<br />Para cada esquina um novo ponto, uma nova batida, uma criança perdida, para cada esquina uma nova avenida, e em todas elas um fluxo de veículos abandonados como labirintos em um aquário inabitado, um espiral com linhas feitas de acaso, para cada linha uma nova pipa, um novo menino, um céu azul nublado.<br />Ah falta uma chuva de peixes para cada poça de água, uma praia para cada janela, uma foto para cada sorriso, um aceno para a vida que pega carona nesta mesma esquina, e para cada instante, um improviso.<br /><br />Karina S Borges<br />26/11/2007<br /><div></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-11709593789758767972007-08-26T23:25:00.000-03:002007-08-27T20:13:10.059-03:00Meio copo de leite morno<a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RtI2uP-GjqI/AAAAAAAAAkk/uv1j892fGMY/s1600-h/2006022800_earthquake.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5103201495953084066" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RtI2uP-GjqI/AAAAAAAAAkk/uv1j892fGMY/s320/2006022800_earthquake.jpg" border="0" /></a><br /><div>Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Cigarros foram fumados, o dinheiro esgotado, o chão sujo, cheios de pegadas e cinzas. A casa esta vazia há pouco espaço, sente mormaço que queima a pele pela metade, o tudo que o nada invade, transformando à tarde em tédio.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Em cima de um prédio o sonho de voar é mais real, tão real quanto nenhum sonho jamais foi. Acorde a vida esta ai, e não permite o uso de dublês. Acordes soam em um som sincero e estridente que vem da dor de dente, mas habita nas ruas, nuas como a expressão imparcial de nada expressar.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Passou seu ônibus, quando o passageiro nada esperava,perdeu o transporte, também não tinha que voltar pra casa, ganhou a asa, mas o táxi é mais confortável e seguro, pulou o muro, pois esqueceu a chave no bolso, largou o almoço sobre a mesa, pois a sobremesa era mais colorida, não ligava pra comida, era vizinho do fast food, Descendia de Robin Hood, mas seu rosto era de um político qualquer, só pensava em mulher, mas vivia das<br />Teorias, anseios e anomalias como qualquer pessoa comum.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Já não lembramos do principio, ora que novidade!<br />Os meios são reflexos do fim... E o fim... Ah, bobagens!<br />Como são divertidas as tragédias alheias, a Televisão ainda é o ringue e o cemitério preferido de todos, nada como ver o sangue sem precisar sentir seu cheiro, nada como ver a morte sem precisar chorar por ela.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Meio copo de leite morno.<br />Tenho um sol artificial sobre a janela, um sofá gasto em molas, o cabelo bagunçado pelo travesseiro velho, a televisão é nova, as olheiras profundas, nada possuo além do que consumo, nada além de meio copo de leite morno que não mata minha fome nem sede, mas que fica bem em minhas mãos, e que rima com minhas rimas.<br /><br />Karina S. Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-40653191053143523632007-08-17T21:36:00.000-03:002007-08-17T22:17:33.260-03:00O pescador de cenários<a href="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RsY_zv-GjpI/AAAAAAAAAkc/GNq7e8xW-0I/s1600-h/1000imagensCAK1ZVM7.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5099833786326486674" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RsY_zv-GjpI/AAAAAAAAAkc/GNq7e8xW-0I/s320/1000imagensCAK1ZVM7.jpg" border="0" /></a><br /><br />E logo cedo ele sai, bate a cara no escuro, ele sai e vê vidraças, vê espelhos e muros. Ele sai e leva sua rede, seu anzol, sua vara de condão, ele tranca o portão e fica trancado para o lado de fora, ele vai e não demora, ele se esquece nos segundos.<br />Ele atravessa a cidade, em cada janela vê um mundo, o seu medo aumenta a cada uma delas, afinal todo mundo tem um pouco de "algo", "alguém”, "ninguém" e de nada dentro de si... Nem tudo é choro, nem tudo é vela, nem tudo é a janela,nem tudo é a teoria.<br />Quem apagou as luzes dos postes daquela rua? Dos olhos daquele homem? Das cores daquela arvore?Onde esta a minha pipoca? O pescador pouco se importa,ele pensa e logo segue, logo esquece,ele vive de seus cenários, vive encenando e assistindo seu próprio espetáculo.<br />Ele caminha contra as regras, contra as placas,sobre as pontes,com lembranças aos montes,mas sem nenhuma bagagem,ele não é um colecionador,sempre devolve em dobro o que conquista, e sempre dá liberdade a tudo àquilo que é e não é seu!<br />Não tem graça guardar troféus pra si, alias não vale a pensa manter nada, nada alem do que aprende e desaprende.<br />Ele não espera nada alem da esperança.<br />O Pescador de cenários nunca trouxe um peixe pra casa, ah ele também não tem casa, nem bolso, nem olhos.<br />O pescador de cenários é cego, apenas sente, talvez por isso tenha mais privilégios... Talvez por isso seja o maior privilegiado.<br />Ele é o mapa da mina, o indicado para encontra-lo é fechar os olhos, e lá o pescador estará, vive em lugares que só existem para os que acreditam,e para quem deseja vê-lo,ele habita logo a beira da praia, ele nos espera de terno,no triangulo onde só se usam bermudas.<br /><br />Karina S. BorgesKarinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-13387921065613523102007-08-05T23:39:00.000-03:002007-08-05T23:43:49.850-03:00O Confessionário<a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RraKlRRtEWI/AAAAAAAAAfA/WMIqNvdsjRk/s1600-h/20070402-escuridao.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5095412401313747298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RraKlRRtEWI/AAAAAAAAAfA/WMIqNvdsjRk/s320/20070402-escuridao.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ruas escuras, sol acinzentado, tudo em pontos estratégicos da cidade.<br />Paredes, postes e confessionários... Muita coisa imóvel inerte e inconstante<br />É uma estante repleta de quadros alheios, um relógio com segundos inacabáveis.<br />Todos os pecados sempre recorrem ao confessionário, ele é um projetor de todos os cenários, todos os perdões, todas as lagrimas e realidades.<br />Um confessionário nunca mente, nunca ama e pouco fala.<br />Ele sempre esta por perto quando se precisa, bem longe na hora do pecado, na verdade ninguém precisa de um confessionário quando esta feliz.<br />Na verdade a tristeza cai como uma luva, para um toque sem registros, o confessionário é um abismo onde os fatos caem no esquecimento, o próprio também cai, mas sempre esta ali para sepultar as crises e angustias,é a o jazigo que carrega consigo, sem poder descansar em paz.<br />É o ponto de cambio entre o pecado e o perdão.<br />Ele sempre espera o arrependimento, mas não alimenta esperanças, ele sempre espera que alguém venha para ficar, confessionários são fincados no chão, ele sabe que o pode esperar.<br />Confessionários são juízes em ciclos de erros e oportunidades, sabe que toda historia termina, um confessionário nunca sabe como uma historia termina, um confessionário também nunca termina...<br /><br />Karina S. Borges<br /><br />PS: texto sem pé nem cabeça eu sei, rs, mas na verdade a gente só tem pé e cabeça em nossa estética... Fora isso todo mundo é aquilo.<br />E então pra que concluir coisas que não se concluem?</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-44279162055047190852007-07-15T18:07:00.000-03:002007-07-15T18:12:18.757-03:00O Ultimo Cigarro<a href="http://2.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RpqNkwaG0rI/AAAAAAAAACo/6mEvHDZALM4/s1600-h/1000imagensCAWHBPUY.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5087534391677604530" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RpqNkwaG0rI/AAAAAAAAACo/6mEvHDZALM4/s320/1000imagensCAWHBPUY.jpg" border="0" /></a><br /><div>Não resta nem mesmo a brasa, nem mesmo a asa, nem mesmo o sopro, se foi o ultimo câncer, a ultima cinza, a ultima dor. Não morreremos mais disso, nem daquilo, não morreremos mais, não mais, depois de descobrir que já estamos mortos, a muito tempo, antes mesmo de viver.<br />Às vezes sentimos falta daquilo que nos é dado, daquilo que logo é tomado, sentimos falta do que nunca foi nosso, sentimos saudades daquilo que nunca fomos.<br /> E o labirinto chamado historia, é um conto, onde cada um põe um ponto, é um ponto onde não passa ônibus, onde não existe nem conto, nem fadas, onde abandonamos nosso ultimo cigarro.<br />Como se nada fizesse sentido algo surge, pra nenhuma explicação e pra todos que esperam, e pra platéia que anseia, e no seio o peito bate,no peito batem, invadem os espaços infindáveis... E tudo isso existe, e nada disso é verdade, é uma realidade utópica, uma realidade que não gostaria ao menos de sonhar. Se bem que em nossos sonhos construímos castelos que não podemos habitar, castelos que se desfazem ao piscar, castelos sem base ou alicerce.Tudo no intervalo de um cigarro, ela nasce e renasce no intervalo de um cigarro, o café esfria e esquenta e ela não bebe, ela não fuma, ela observa os dias passarem, os cigarros queimarem, as pessoas pararem e retornarem ao vício único e intensivo que é “viver”.</div><div>Karina S. Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-23700103148648124852007-07-11T19:19:00.000-03:002007-07-11T19:22:15.550-03:00A estampa ao avesso<a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RpVX98-YdtI/AAAAAAAAACg/9E9fRPdHPIc/s1600-h/1000imagensCA7DRWUI.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5086068076036257490" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RpVX98-YdtI/AAAAAAAAACg/9E9fRPdHPIc/s320/1000imagensCA7DRWUI.jpg" border="0" /></a><br /><div>Olha só seu guarda-roupa... Tanto e tantas cores, lhe pergunto quantos você é?<br />Colecionar também é aprisionar, porque tudo? Pra que tanto se um grão de areia não é capaz de consumir o universo, nunca antes de ser consumado por ele.<br />Na verdade somos tantos, tantas cores e todas derivam de uma única, na verdade tantas peças, inúmeras e diversas, todas com a mesma finalidade. Sinceramente considere a mentira verdade, somos peças de um mesmo quebra cabeça, todo mundo é uma peça distante, todos esperam alguém montar, e alguém espera por todos, ninguém faz nada, a única coisa que fazem é aceitar tudo como esta.<br />Estampei minha camiseta ao inverso de propósito, e quando uso ao avesso, sou eu a pessoa errada, na verdade tudo é nada, e a estampa é artesanal, opcional e abstrata. Mas também é mais um detalhe.<br />O vento bate a roupa seca, a fogueira e a fotografia perdem a cor, a criança cresce e a meia fica curta, as historias maiores e as palavras metade, os dias mais longos, o tempo menor, a proximidade é grande, mas a distancia é maior.<br />Nosso varal é colorido e triste, na verdade ele não existe, uma parte é nosso desejo, outra nossa imaginação. É um baile onde o varal somos nós, as roupas: nossas mascaras, os pregadores uns são sonhos,outros realidade.</div><div>Karina S. Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-4589226238181311982007-06-27T21:31:00.000-03:002007-06-27T21:33:53.484-03:00Monótona melodia<a href="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RoMBl8-YdsI/AAAAAAAAACY/otCNeXLbqDs/s1600-h/cafe_slide.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5080906556138616514" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RoMBl8-YdsI/AAAAAAAAACY/otCNeXLbqDs/s320/cafe_slide.jpg" border="0" /></a><br /><div>Sobre a vida, um céu pesado, sobre a mesa um café, sobremesa amarga, sobre a mesa do tempo enjaulado, sob a chave que não abre, bem onde ninguém mora,na voz que ninguém ouve, no sorriso tremulo que não fala. E a cor amarela é parda, e o dente branco, amarelo, e a vergonha faz o sorriso cada vez mais raro, e o dinheiro faz o custo cada vez mais caro, faz os valores cada vez mais baixos.<br />E na guerra: um ganso no lago. E na vitrine: um olho molhado, e por traz dela um cheque dourado. E nas ruas: um vento gelado, sob o mármore: um mendigo deitado. E no hotel um rico mimado embalado pelas penas do ganso do lago, pelo amor cantado, seduzido pelo ar condicionado.<br />Este tempo precisa de alavanca: um macaco não levanta um guindaste não move.<br />Este tempo precisa da manivela, eu olhei pela janela, e por aqui o tempo não passou.<br />Mas me disseram que o tempo voou, olhei pro calendário e não vi asas, vi as brasas que flamejavam, e já não era vermelha, desencadeei cadeias e emaranhei o mar, eu fiz de tudo pra passar, tudo aquilo que não passou.<br />Passeou por tudo isso: entre as pontes e os meios termos, Decidiu parar no meio, acender seu cigarro e viver o talvez e a musica repetia sempre o mesmo refrão,onde a pressa dizia não,onde a calma corria dilacerada.Onde a ânsia vomitava ansiedade,onde a angustia anseava uma verdade, onde o refrão sempre repetia: Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac.<br />Karina S. Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-1768745382768231922007-06-16T19:27:00.000-03:002007-06-16T19:31:01.867-03:00O Trêm<a href="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RnRkWSjNVHI/AAAAAAAAACQ/DiPwcEeyIco/s1600-h/1000imagensCAIAR2KO.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5076793014052803698" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RnRkWSjNVHI/AAAAAAAAACQ/DiPwcEeyIco/s320/1000imagensCAIAR2KO.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ele parte, ele segue no horizonte,leva tantos consigo,deixa a saudade comigo, ele parte, deixa sua fumaça cinzenta nos olhos de quem fica, parte com a dor nos olhos de quem segue, e ele parte sem a menor saudade, sabendo apenas que um dia precisa deixar de existir, como tudo que existe como você que agora lê.<br />Comporta tanta gente, o espaço é tão pouco, são tantos os outros, e nem sei se sou capaz de me lembrar de todos estes rostos, de todas estas vozes, o que faço no meio deles? Quem sou dentre estes? Tudo, tantos, todo, eu até me confundo entre outros olhos e corações. Eu me jogo neste chão, há cadeiras lotadas e corpos vazios ocupando o espaço, eu sou pisoteada todos os dias por todos deste mesmo vagão, por todos estes que me vêem e não me notam, por todos aqueles que também estão cansados, mas permanecem em pé suportando tudo aquilo que é insuportável.<br />Nesta composição há três tipos de pessoa:<br />Pessoas sentadas: Estas apenas dormem, tem o conforto, o status, mantém a roupa limpa e a mente vazia e distante.<br />Pessoas em pé: elas estão com olheiras, com sono, perdidas e cansadas, calos nos pés, nas mãos, bolsas pesadas nas costas, elas estão em pé, mas não sabem por quê.<br />E enfim aqueles que estão “jogados no chão”: estes não têm nojo nem medo de serem simplesmente o que são. Estes ficam em silencio, mas por sua vez são os que mais falam.Vistos por aqueles que estão sentados são maltrapilhos,sem senso ou valor.<br />Vistos pelos que estão é pé são coitados, muito mais cansados do que eles, compartilham de uma desgraça bem maior.Mas eles sabem sentir, sabem ser, enfim sabem viver muito mais que qualquer um, porque estes “jogados no chão” não tem medo de viver.<br />Este trem é o tempo,seus trilhos á vida, o destino, ah o destino, este é o mais obvio e ao mesmo tempo oculto de todo o sempre: A morte!</div><div>Karina S. Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-82426909247336451242007-06-14T23:02:00.000-03:002007-06-29T22:37:31.440-03:00Cigarros Invisíveis<a href="http://4.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RnHzpyjNVGI/AAAAAAAAACI/rRmsExjcNX0/s1600-h/madoz_2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5076106154292892770" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RnHzpyjNVGI/AAAAAAAAACI/rRmsExjcNX0/s320/madoz_2.jpg" border="0" /></a><br /><div>O medo consome o cigarro da angustia lentamente, fumaças inertes que confundem a mente, algo que posso ver, mas não tocar, mas não sentir, algo que esta em meus olhos, mas não é meu, nem seu, e então de quem é?<br />Um Cigarro Invisível, um cigarro de solidão, o consumível, o consumado, o câncer em algum lugar de todos nós, a psicose, a depressão mais profunda e mais oculta, mais explicita e ninguém vê, os pseudos da madrugada, os anseios e enseadas do teatro inacabável da angustia e tortura das cenas transcendentes e incalculáveis que o tempo arma, desarma e descarrega em todos nós.<br />Estão no ar, estão no mar, estão no oceano e no deserto duelando dentro de nos, e o que vemos e sentimos esta embaçado pela fumaça que habita e modifica a forma e a figura, o feio e a formosura a todo instante.Sigo devagar, é difícil respirar, é difícil abster-me dos cigarros invisíveis, constantes e ausentes na mesma medida em que um choro surge e um corpo cai.<br />Karina S. Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-15353007397630932852007-05-10T22:39:00.000-03:002007-05-10T22:42:08.256-03:00Uma Guerra Civil<a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RkPJviKP2OI/AAAAAAAAACA/LZnfZONPlMM/s1600-h/1000imagensCAO1D4VE.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5063112224555391202" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RkPJviKP2OI/AAAAAAAAACA/LZnfZONPlMM/s320/1000imagensCAO1D4VE.jpg" border="0" /></a> No mundo existe uma guerra constante (uma guerra de vaidades) onde cada um luta pela sobrevivência, ninguém se preocupa com o social. Isso resulta nesta disputa assídua pelo maior status. A sociedade é um bando de esterco que os "políticos pensantes" querem tirar do caminho e por isso armam falsos e meios de controlar a sociedade, e eles conseguem através do sensacionalismo, através do medo.<br />È Frustrante perceber que o social só é estimulado em épocas de preenchimento para o ego dos maiores, épocas assim como a copa, onde o mundinho medíocre passa a ser nação unida, tudo como um passe de mágica, ou melhor, dizendo: - “Tudo com um passe de bola”.<br />A guerra civil continua meu bem! Pegue suas palavras invalidas dê um abraço distante em quem você pensava amar e entre em campo com seu fuzil roubado.<br />A ditadura prevalece meu amor, só é confuso saber quem dita... Abra seus braços, abra suas asas e elas serão quebradas, nunca voe longe de quem te ensinou a voar, nunca voe longe de quem vai cortar suas asas e partir seu coração.<br />Status é tudo que alguém precisa, status é tudo o que o suicida do ultimo noticiário não pode obter.<br />Totalmente egocêntricos e medrosos São os seres humanos, sofrem todos das mesmas carências absurdas e abusivas de coisas que não fazem lógicas e por coisas que não conhecem a razão, sofrem frequentemente por motivos distantes que só aparecem na televisão, Motivos que alguém sofre na “malhação”.<br />Os seres humanos são maquiavélicos, mas escondem isso pelos objetivos no qual eles lutam ( isso quando lutam), Grande parte é fria e calculista, Calculam até o ultimo centavo para comprar o carro do ultimo ano, que antes de perder o cheiro de novo, perde o valor devido ao ultimo lançamento, mas de que vale o dinheiro sendo que dentro carro do ano ( os anos que sempre passam) eu terei um destaque da grande massa colorida que transita dentro de um ônibus? Foi assim que naquela novela a mocinha teve um final feliz... É assim que na vida real, pessoas morrem de fome, os prazeres de poucos resultam na morte de muitos.<br />Muito sangue foi derramado num curto período, muitos sapatos foram comprados no mesmo período, qual a diferença do sangue para a graxa que lustra os sapatos? Qual a diferença do valor de um sapato para a vida de uma pessoa? Que distancia existe entre um dólar e uma arma?<br />Estas são questões que eu não ouso responder, a ditadura continua meu amor, hoje em dia quem grita é louco, e quando escutam a voz do louco, ele passa a ser criminoso. A pena pra quem fala a verdade é sempre maior do que pra quem comete uma irregularidade.<br />PS: Falar a verdade é uma irregularidade.<br /><br />Karina Borges<br /><div></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-59148458683459906002007-05-09T22:13:00.000-03:002007-05-09T22:15:30.493-03:00O Cotidiano<a href="http://4.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RkJx7CKP2NI/AAAAAAAAAB0/KtGMomWddNk/s1600-h/hopper-edward-room-in-new-york.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5062734190123931858" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/RkJx7CKP2NI/AAAAAAAAAB0/KtGMomWddNk/s320/hopper-edward-room-in-new-york.jpg" border="0" /></a><br /><div>Até mesmo as horas presas em uma única moldura denominada relógio, com o passar do interminável percurso dos ponteiros, as horas caem no tédio, na desarmonia, no desespero. A convivência, o cotidiano é capaz de reduz grandes luzes, grandes vozes, grandes atos e artistas a hipocrisia da normalidade.<br />Às vezes me faço perguntas:<br />Como fazer milagres sem simplicidade?<br />Às vezes me pergunto como as horas fazem a curva no país dos relógios quadrados?<br />Às vezes me pergunto para onde o vento vai?<br />Pra onde a vida nos leva?<br />Fica difícil saber a direção, mas a intuição nos diz que é entre algum lugar, algo entre o beijo e o abraço entre o laço e o desdém, entre o colo e o carinho, o desprezo e o desespero,entre isso e aquilo, entre algo,entre agora, entretanto, talvez e o porem,talvez encontramos e nos perdemos,bem as vezes sobrevivemos,quase sempre nos mantemos vivos.<br />Nada é pleno, nada é constante. A felicidade é covarde, se esconde atrás do sorriso distante, a dor por sua vez também é fraca, se escondendo atrás da lagrima constante.<br />E o retrato empoeirado na estante é fixado pelo olhar abandonado dos olhos de quem o venera, de quem espera um dia imagens e projetos se materializarem, sonhos se tornarem reais da mesma forma de quem espera uma chuva de brigadeiros, uma tempestade de festim.<br />Nossos sonhos são pedidos de socorro de nossas almas, numa mais perfeita e confusa melodia, em uma única canção tudo aquilo que fomos, somos e queríamos ser,um pedido de socorro para sobreviver,estar vivo hoje é morrer!<br />Mas afinal de todas as contas, de água, luz e telefone, Tudo é mentira, a vida é um buquê de flores, no jantar, no casamento, no pedido de desculpas, na paixão perdida, pulsante e escarlate, um buquê de flores em um ultimo adeus, flores imortalizadas sobre o mármore.<br />A vida é o cinema, o teatro, o drama, o romance e a comedia, a vida é tudo aquilo que acontece entre o berço e o tumulo, acima e tudo nossos atos, anseios e ações.<br />Karina Borges</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-4853650649694074292007-04-24T22:14:00.000-03:002007-04-24T22:20:59.172-03:00Um retrato no escuro<div align="center"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/Ri6sPyKP2KI/AAAAAAAAABY/U4ZZHK_on3o/s1600-h/1000imagensCADXSKRM.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5057168818746415266" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/Ri6sPyKP2KI/AAAAAAAAABY/U4ZZHK_on3o/s320/1000imagensCADXSKRM.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center">Sono, insônia, solidão.<br />Metamorfose, esclerose, algo em vão.<br />Loucura, verdade e razão.<br />Liberdade, medo, prisão.<br />Amor, certeza, contradição.<br />Cadeias, algemas, imensidão.<br />Sei, soube e sinto.<br />Socorro silencio, eu sinto sono.<br />Tenho medo do abandono<br />Abandono a todo instante<br />O instável inconstante<br />Que sustenta a base da instabilidade<br />Contado mentiras ás verdades<br />Enganando um jogo ultrapassado<br />Trapaceando o passado<br />Que ultrapassa o futuro.<br />Uma vela no escuro, uma flecha contra o muro.<br />A vaidade no escuro, maquinado os machucados.<br />Aos abandonados, adotados, e esquecidos, doentes e feridos.<br />Tristes e enlouquecidos<br />Aos privados de si mesmo<br />Um espiral que gira e nos deixa tontos, que são tantos e tamanhos diante do universo, o inverso a vaga razão que temos.<br />Que vaga por ai, que passeia sobre o subconsciente, um presente pensante e imprevisível.<br />Penso, pois sou então.<br />Um fragmento de razão que ninguém pensa ter sou aquilo que não quero ser.<br />Sou o chão, a mão e o laço.<br />O beijo e o abraço, o desprezo e a indiferença, a diferença e a mesmice, o bebe e o ancião. Sou a molécula, a célula, o átomo e o ato, sou um pedaço e sou também o inteiro.<br />Karina Borges</div></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1768096475266549291.post-65610566672044148522007-04-23T21:38:00.000-03:002007-04-23T21:52:05.147-03:00Tempo<a href="http://2.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/Ri1UTgDUeuI/AAAAAAAAABQ/FLfgtRCsBKk/s1600-h/pessoa4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5056790650605042402" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_nQvKL1KD7Ak/Ri1UTgDUeuI/AAAAAAAAABQ/FLfgtRCsBKk/s320/pessoa4.jpg" border="0" /></a><br /><div>Tanto tempo que fez frio, há tanto tempo faz calor, há tempos o tempo esta estranho,<br /> Há tempos que não te vejo<br />Que tempo quente! Sinto tanto frio! Parece que vai chover, vou fechar os olhos para as gotas rolarem, pra chuva, pras lagrimas molharem um solo infértil que mesmo assim teima e dar frutos. Há tempo para crescer? Existe tempo para amar?<br />Tempo: compõe a rima e o pensamento<br />Tempo: todos os motivos, todos os momentos.<br />Tempo: para nascer, morrer e recolher.<br />Tempo: a questão e o questionamento, o concreto e o alento.<br />Tempo: o motivo e o desisti mento, há tempo para se falar e ouvir.<br />Há tempo para fingir e sentir, tempo de ser e de estar.<br />De desenhar e apagar, de plantar e colher o tempo.<br />De escolher, tempo de cansar. Tempo para perder sem tempo para ganhar<br />Algumas coisas levam tempo, certas coisas o tempo leva e não se lembra de devolver.<br />Leva tempo o pensamento, e tanto tempo para alguém pensar, tempo de partida, tempo de chegar, tempo de chegar num banco no meio do nada e ver o tempo mudar.<br />Ainda há tempo para mudar o mundo, sempre existe um segundo que pode explodir mil coisas. Sempre há tempo para correr, para abraçar, sempre sobra tempo, tanto tempo, para pedir perdão, segurar na mão, olhar nos olhos e dizer eu te amo!<br />O tempo é o vilão é o mocinho, é sedativo, também é festa, é tartaruga e pressa, é solidão e o sorriso, e o que eu não quero e o que eu preciso, o tempo é a frase e o pensamento, o tempo é o carinho e o tormento, a chuva, e o guarda sol, o barquinho de papel na imensidão do oceano. O tempo é a batalha de todo o dia, é a sua cortesia diante do espelho.<br />(Karina Borges)</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/11295289885271578102noreply@blogger.com4